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Não Fui Eu Quem Disse

Vivendo no “verdadeiro” Rio de Janeiro
July 31, 2009 — Updated 0436 GMT (1236 HKT)

 
By Cherise Fong For CNN
Translated by José Adriano de Sousa

 — Para qualquer um que tenha assistido em 2002 ao filme Cidade de Deus – Baseado em histórias reais ocorridas num bairro populoso do Rio de Janeiro, no Brasil – Uma favela pode ser um lugar amedrontador, abarrotado de crime violento.

A humilde Pousada Favelinha, uma modesta pensão e pousada localizada no alto da favela Pereira da Silva, no Rio de Janeiro, é uma notável exceção para uma cidade com reputação criminosa.
 
A Pousada Favelinha, no alto tranqüilo da favela Pereira da Silva, oferece uma visão espetacular do Rio de Janeiro.

Originalmente inaugurada em janeiro de 2005 por uma mulher brasileira e seu marido alemão, a pousada é agora dirigida por sua única proprietária carioca, Andréia da Silva Martins, cuja família convive tanto em casa e, em termos amigáveis, com todos na vizinhança, como também com a polícia.

A pequena “Pereirão”, a favela que poucos milhares chamam de casa, era tão perigosa como qualquer outra até um tranqüilo dia de primavera em 1999, quando a polícia local invadiu toda a favela e eliminou todos os seus vendedores de drogas  — história contada pela Pousada Favelinha em seu Web site.

Desde então o morro ficou limpo do crime e mantém um posto policial permanente na entrada alta da favela em Santa Teresa, enquanto a entrada baixa dá saída para um bairro classe alta na zona sul do Rio.

Durante os cinco dias e noites que me hospedei na Favelinha, segurança dentro e ao redor da dela não foi fator de preocupação. Eu não vi rifles automáticos, mas residentes que me cumprimentavam a medida que eu passava por eles nas alamedas estreitas enquanto cachorros e gatos relaxavam preguiçosamente nas Lages e marquises.

Uma garota até mesmo me levou até a porta da pousada quando da minha chegada, e me mostrou onde ela morava para o caso de eu precisar de ajuda mais tarde.

– Eles são orgulhosos de viver numa favela que recebe visitantes de todo o mundo.
Disse Carlos, que me deu boas vindas na pousada. De fato, é de interesse de todos manterem a vizinhança segura e amigável.

Enquanto isto eu estava constantemente admirando o visual extraordinário da cidade do topo do morro, assim como estavam também os outros hóspedes – predominantemente jovens mochileiros nos seus 20 anos de idade, vindos do oeste europeu e Austrália – durante aqueles dias quentes de verão do Carnaval 2009.

Como o horário de café-da-manhã e tardes descompromissados nos colocou  juntos num bate-bate ao redor do balcão com os ocupantes de outros quartos e casais, nós logo desenvolvemos uma cumplicidade natural – não apenas com aqueles que arriscavam dormir na favela, mas também com os que escalavam os morros íngremes a pé ao menos uma vez ao dia.

Em anos recentes, o setor de turismo de área populosa – tem estado à procura de favelas de países em desenvolvimento para uma experiência de férias mais autêntica – no Brasil este tipo de turismo ganhou popularidade e alguns outros estabelecimentos sob apoio de estrangeiros (ou voluntários comunitários) tem aumentado em favelas ao redor do país.
Junto aos mais proeminentes está o The Maze, uma pousada mais requintada – que também oferece badulaques de jazz, trabalho original de arte e, ocasionalmente, filmagem – fundada na favela Tavares Bastos, no Rio de Janeiro no final de 2005 pelo britânico Bob Nadkarni e sua esposa brasileira.

Enquanto a classe média brasileira tem a tendência de ver as favelas como sendo sujas e violentas, os estrangeiros, que são fascinados por elas, e os residentes locais que estão familiarizados com as mesmas, estão se esforçando para quebrar as barreiras e abrir lojas.
Graças ao interesse de turistas aventureiros, esse tipo de iniciativa tem provado ser economicamente lucrativo e culturalmente enriquecedor.
http://edition.cnn.com/2009/TRAVEL/07/30/brazil.favelinha/index.html

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